Future Cities

Shake UP your city News : Entrevista com Ana Aguiar

 

“Precisamos de participantes que queiram integrar esta experiência, aprender mais sobre si e sobre a cidade.” Para Ana Aguiar, investigadora e docente na FEUP, este é o objetivo de uma campanha de divulgação sobre a aplicação SenseMyCity. “Estamos a desenhar uma espécie de competição à volta dos estudos, oferecendo prémios a quem contribuir com mais dados”, explica. O menor consumo de combustível ou quem percorre a maior área da cidade são apenas alguns dos fatores que podem ser “premiados”. Para integrar este grupo de estudos, basta aceder à página web, proceder ao registo e fazer download da aplicação.

A nível técnico, o próximo passo do SenseMyCity é melhorar a apresentação dos dados e adicionar outras informações. Para além disso, segundo a investigadora, o objetivo passa também por “fazer estudos interdisciplinares com a Psicologia, a Sociologia, a Geografia e na área da Mobilidade Inteligente”, sempre com a finalidade de perceber melhor a cidade e os seus habitantes. “Estamos a trabalhar com parceiros europeus para internacionalizar o projeto e o Porto Living Lab”, remata Ana Aguiar.

O SenseMyCity é uma plataforma de sensorização colaborativa que aproveita os sensores existentes nos telemóveis dos utilizadores. Suporta sensores comerciais externos de sinais vitais, de dados dos veículos ou ambientais, e permite embeber questionários nas recolhas de dados. Podem ser configuradas aplicações de sensorização que são distribuídas por um grande números de participantes que utiliza os telemóveis para recolher informações sobre a vida da cidade e dos seus habitantes.

A plataforma SenseMyCity é uma evolução do que foi desenvolvido no projeto MISC, da primeira fase da parceria MIT|Portugal.

 

SenseMyCity e as cidades do futuro
A aplicação SenseMyCity foi desenvolvida pelo grupo de trabalho liderado por Ana Aguiar no âmbito do projeto Future Cities. Para a docente e investigadora, este projeto “fomenta o desenvolvimento de colaborações entre investigadores de diferentes instituições dentro da U.Porto e com as instituições parceiras de excelência internacional”.
Segundo a docente, o projeto Future Cities que abrange a aplicação SenseMyCity é muito “focado em experiências que envolvam os utilizadores finais, isto é, pessoas que participam nos projectos recolhendo dados, usando equipamentos e serviços, reportando as suas experiências para nós melhorarmos e dando ideias sobre outros serviços”. A grande vantagem será o facto de essas mesmas pessoas terem oportunidade de “experimentar tecnologias ainda não disponíveis no mercado, de perceber melhor alguns aspetos das suas vidas, da cidade e das tecnologias, e de influenciar desenvolvimentos futuros”. Aqui surgem muitos problemas tecnológicos e científicos, mas Ana Aguiar garante que se consegue “um ciclo de problemas-soluções-experiências-novos problemas que fazem avançar a ciência e a qualidade de vida das pessoas em conjunto”.
“É uma mais-valia incrível para a U.Porto e para os investigadores envolvidos porque nos permite definir e construir infra-estruturas experimentais para experiências conjuntas com liberdade, não estando restritos a um plano de actividades concreto, mas somente a guias sobre os temas a que se aplicarão os resultados da investigação, ou seja, aos cenários que devem ser trabalhados”, acrescenta.
Para a investigadora este tipo de consórcio permite, por um lado, desenvolver e testar ideias conjuntas, preparando melhor projetos futuros e, por outro lado, propor aos parceiros internacionais não só ideias, mas testes-piloto nos laboratórios vivos de modo a poderem ser experimentadas.

Ana Aguiar

 

 

 

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